Da necessidade de tolerância e respeito à individualidade alheia (seja você).

O sistema capitalista impôs a produção em massa, a padronização, o indivíduo como consumidor, sujeito aos discursos das empresas interessadas em vender seus produtos. Adicione-se a isso nossos pais dizendo que Y é melhor que X; os colegas do trabalho que exigem certa conduta; os amigos que espera nos comportemos sempre de uma determinada maneira. Enfim… tudo ao nosso redor pretende que nos uniformemos, que sejamos todos iguais.

Contudo, cada um de nós é resultado de nossas vivências. As ligações neurais se formam conforme as experiências vividas, moldando nosso cérebro conforme a neuroplasticidade. Portanto, se cada absorve o mundo à sua própria maneira, não há duas pessoas idênticas no mundo. Logo, não é uma crença, é um fato científico: somos únicos! 

E se ser diferente é normalcomo esperar que todos sejamos iguais? Se não há como usar parâmetros de um para interpretrar outros, por que esperar que todos se comportem da mesma maneira? Impor um padrão de comportamento e de conduta é cruel. É tolhir a liberdade de cada um  de ser quem é, pensar como quiser, vestir-se como achar melhor… de se descobrir e responder a pergunta que todos, eventualmente, fazem a si mesmo: “quem sou eu?”.

É preciso cultivar o respeito e a tolerância à individualidade alheia. Sem julgar e sem esperar que o outro aja como nós pensamos certo. Impor nossa opinião é tentar escravizar o próximo, limitando-o a nossa experiência. E se eu quero a liberdade de construir a vida que eu acredito ser melhor… por que não dar isso ao meu semelhante?

Que todos nós, principalmente aqueles cansados de viver entre os limites impostos por sabe-Deus-quem, possamos proporcionar liberdade ao próximo, sem tentar enquadrá-lo aos nossos “padrões de normalidade” pois como disse São Francisco: “é dando que se recebe”.