O lado B (negativo) da mudança

Mudar é preciso. Tudo está em constante desenvolvimento e aquele que não se adapta, acaba sendo empurrado pela força da correnteza. Como Robbins diz: o que não está crescendo, está morrendo.

Mas por onde começar a promover estas mudanças? Algo, certamente, precisa ser feito de uma maneira diferente, afinal, como asseverou Einstein, “loucura é fazer a mesma coisa, esperando um resultado diferente”.
Contudo, se você não sabe exatamente o que precisa mudar, a dúvida pode deixá-lo paralisado. Ficar onde se está já não é mais uma opção, mas o próximo passo não é absolutamente claro.
Nessas encruzilhadas, penso que uma reflexão sobre o lado “negativo” da mudança é sempre pertinente.
Quando pensamos em mudar, automaticamente pensamos em agir, em realizar algo de uma maneira distinta. Mas nem sempre esse é o primeiro passo.
Em verdade, para que algo novo possa ser introduzido em nossa rotina, é preciso que haja espaço para ele. Assim como   para que possamos adotar uma nova maneira de pensar, é necessário que a forma antiga, que ocupa o seu espaço, seja descartada.
Sob essa perspectiva, o primeiro passo, em realidade,  seria deixar de fazer ou pensar algo. Seria uma atitude reflexiva, negativa.
É como querer renovar o guarda-roupa, mas mantê-lo cheio das roupas velhas. Onde as roupas novas encontrarão abrigo se não criarmos esse espaço para elas?
Por isso, quando comparo onde estou e percebo que, em verdade, gostaria de estar em outro lugar,  penso em como tenho utilizado meu tempo. E observo  aquilo que não me serve mais.
Talvez seja um comportamento que não mais contribui pra que eu caminhe na direção que almejo. Às vezes é um relacionamento que não mais constitui uma boa companhia.  Podem ser hábitos nocivos que não coadunam com aquilo que eu quero alcançar. E muitas vezes, são apenas pensamentos que fazem com que eu não processe os acontecimentos de maneira positiva e construtiva.
Antes de saber o que devemos fazer de diferente, é tão ou mais importante saber o que não devemos fazer. E então, eliminando tais elementos da nossa rotina, naturalmente criamos um espaço para o novo, para atitudes, comportamentos e pensamentos mais positivos.
Há um pensamento que diz: “um homem não pode descobrir novos oceanos se ele não estiver disposto a perder a costa de vista”. E esta é uma grande verdade.
Não há como trazer o novo se o velho ocupa seu lugar. Muitas vezes, a real dificuldade está, não em realizar algo novo, mas em abrir mão do que já temos, somos, fazemos, pensamos, impedindo-nos de progredir e nos desenvolver.
Por isso, para todos aqueles que se encontram encurralados, a reflexão que proponho é: o que hoje, em sua vida, não está funcionando? O que você precisa deixar para trás, para que algo novo encontre espaço para florescer em sua vida? É um comportamento negativo, um hábito nocivo, um relacionamento ruim ?  
 
Perceba-o e escolha deixa-lo no seu passado, pois se não deixarmos para trás quem somos, nunca saberemos tudo o que podemos ser.
A mudança não precisa ser assustadora, ela pode ser tão simples quanto deixar algo pra trás.
Um futuro reluzente se aproxima, mas ele precisa de espaço para se acomodar. E cabe a nós preparar o solo onde ele vai germinar.