Este foi um texto que encontrei no meu bloco de notas. Escrevi durante uma viagem a São Paulo no dia 08/12/2014. Faz parte de uma categoria a qual denominei “Direito Vivo” e está relacionado ao post anterior, pelo que achei pertinente publicá-lo. Por esta razão, aqui segue:
Brasília – Cuiabá, 08 de Dezembro de 2012
Às 12h00 do dia 07 de dezembro decidi que naquela noite iria ao teatro. Havia passado os dois últimos dias andando por Sao Paulo e estava simplesmente cansada de todo aquele número de pessoas indo e vindo, esbarrando e empurrando a todo momento.
A tarde contou com um passeio pelo JK Iguatemi e muitas voltas de taxi.
A peça escolhida foi Hamlet, interpretado por Thiago Lacerda no teatro Tuca, na PUC-SP. Gosto de chegar aos lugares com bastante tempo livre, assim, nao me preocupo com atraso ou correria. Sendo assim, cheguei ao teatro antes mesmo que pudesse retirar os ingressos comprados pela internet, o que me fez ir explorar o campus da faculdade que ficava logo ao lado.
Entrei na faculdade em busca de água e um toalete, mas o que encontrei foram diversas barracas armadas, churrasqueira, professores e alunos reunidos em volta de um microfone e uma faixa no monumento central que dizia “PUCSTOCk”.
Iniciei um dialogo com dois alunos da PUC a fim de descobrir o que era aquele acontecimento. Os alunos então me explicaram que ocorreu uma burla ao sistema de escolha do reitor da PUC (Ana sales pesquisar mais sobre).
Os personagens eram surrais. Alunos de direito e vidologia na PUC, os alunos estavam acampados ali em protesto. Um deles nem sequer possuia celular, acreditava que este o privava de viver os momentos.
Neste momento, o leitor pode pensar tratar-se de exagero “nao ter celular, mas como isso é possível?”. Eu me pergunto se é possível viver tanto através de um pequeno aparelho. Como é possível viver distraído do presente? Numa eterna fuga da realidade? Só posso concluir que há algo muito errado em uma sociedade que busca prazeres imediatos, cuja ansiedade nao permite semear e esperar as recompensas do trabalho árduo.
Revolucionários, hippies, índios, rebeldes com causa sao pessoa a quem costumamos olhar de canto de olho, ignorando a presença ou mesmo a quem se dispensa desprezo. Contudo é preciso ir além da superfície.
As pessoas que lutam contra o fluxo merecem nossa atenção e respeito. Sao pessoas que, ainda que extremamente julgadas pela sociedade, ainda que ignorados ou menosprezados, nao abrem mão se seu maior direito: sua liberdade.
A história da humanidade é um produto da busca pela liberdade e respeito a dignidade do homem. Por isso, quando encontrarmos alguém diferente em nosso caminho, lembre-se: nossa história, nossa liberdade e a vida como conhecemos hoje sao devidas a todos aqueles que nao aceitaram as limitações impostas por caprichos desmotivados, a todos aqueles que, em troca da aprovação da sociedade, escolheram romper com os padrões e ser fieis aos seus idéias, ainda que sob protesto e julgamentos.
Nunca devemos criticar aqueles que escolhem viver seus ideais, pois a diversidade é a grande causa de nossa liberdade e respeito a todas as pessoas.
A grande conclusão, portanto, é que, no fundo, apesar de todas as diferenças aparentes, somos todos iguais e nosso maior desafio, é aprender a ver além da superfície e trazer paz à convivência de todas as pessoas, a fim de que, então, com o intercâmbio de conhecimento, possamos, verdadeiramente, nos tornarmos uma sociedade civilizada e verdadeiramente humana.